Outsourcing desenvolvimento

Experiência com outsourcing de desenvolvimento de software

Experiência com outsourcing de desenvolvimento de software
Em todas as negociações que participei, sempre um ponto importante que aparece é se a empresa deve ou não realizar o outsourcing de desenvolvimento de software. É uma grande questão, diria estratégica.

Neste relato da minha experiência vou falar sobre o que eu já vivi, o que notei nas empresas e como elas estão lidando com o assunto. Não quero abordar sobre pontos excessivamente já debatidos na internet, como vantagens e desvantagens de outsourcing, ou me preocupar em como isso vai ser otimizado em técnicas de SEO.

Eu costumo ser super transparente, quando penso que não é um bom negócio para o cliente, eu mesmo externo isso, acredito que o acordo tem que ser bom para ambos (e não unilateral), que agrega valor para o negócio, senão não faz sentido, não tem sustentabilidade.

Ao longo da minha jornada já me deparei com diversas situações de empresas que, naquele momento, optaram por não utilizar o outsourcing de squads de tecnologia (e está tudo certo). Nesses casos, a empresa geralmente decide contratar internamente e desenvolver o sistema por conta própria.

Aqui o pensamento tende a ser “Por quê vou contratar uma empresa de outsourcing sendo que o valor é maior do que contratar Dev internamente?”. Como comentei acima, não gostaria de abordar as vantagens do outsourcing e bla bla bla. Vou relatar o que eu já vivenciei.

Caso real com outsourcing de desenvolvimento

No caso, a empresa resolveu contratar e executar o projeto por conta própria. Eles compraram um novo negócio de uma outra empresa, ou seja, um outro produto digital que tem sinergia com o ecossistema da empresa, mas não é seu core business (a empresa tem uma outra plataforma principal no modelo saas).

Foram contratados dois desenvolvedores para dar continuidade no produto que foi adquirido, decidiram que PO (Product Owner), QA (Quality Assurance) e designer iam ser utilizados de forma compartilhada, dividindo o tempo com outras iniciativas, pois no começo acreditava-se que não teriam trabalho para tempo integral.

Projeto iniciado, a realidade foi que os novos Devs contratados ficaram totalmente perdidos pois eram novos na empresa, não encontravam nenhuma documentação, a atenção que foi dada a eles foram mínimas, pois toda vez que o produto principal da empresa precisava, os outros profissionais, por prioridade, foram dar atenção ao core business (naturalmente, pois é onde está o dinheiro e o que paga as contas).

Os Devs tentavam se comunicar com o time que foi formado, enviavam mensagens, tentavam marcar reuniões, mas a verdade é que as respostas demoravam demais para chegar e as reuniões não aconteciam. Eles sem saber a quem recorrer, foram para o RH relatar, que por sua vez relatou para os responsáveis das outras áreas, porém a resposta foi que a prioridade era a plataforma principal, pois tinham clientes reclamando por conta de instabilidades e bugs (sempre tem!).

De outro lado, a direção da empresa queria entender os motivos do produto recém adquirido não avançava, afinal foi investido um valor alto na compra e ainda tinham um evento para participar em que esse produto seria lançado no mercado.

Decorridos alguns poucos meses, os Devs ficaram super desmotivados mesmo com o time de RH atuando perto, a sensação foi que os sócios pressionavam para entregar, porém não era dado a atenção e foco necessário do time para o novo produto.

No final, eles saíram da empresa, time de RH ficou frustrado com sentimento de impotência, o lançamento do produto foi cancelado, sócios insatisfeitos e time interno se esquivando. Fora que os dois foram no glassdoor e deram aquela avaliação na empresa. Também relataram no Linkedin que a empresa vende uma cultura que não é verdadeira e o ambiente é desorganizado, o caos.

Se analisarmos todo o contexto, custo de contratação e demissão dos Devs, perda do timing do produto que não foi lançado no evento, tempo de todos gastos em todo o processo, etc. Talvez, de fato, estrategicamente neste caso, a decisão de não ter contratado o outsourcing pode ter sido equivocada, assim como toda execução ruim que a empresa realizou.

O fato é que sempre a empresa vai voltar sua atenção para seu core business, essa é sua prioridade. Sempre que puder tirar um tempinho do time interno que está alocado em outros projetos, isso vai ser feito, não tenha dúvidas.

Penso que não é uma questão de disputa do tempo da equipe, o ponto é que a empresa já tem uma cultura moldada em torno do seu produto principal, tudo funciona em cima disso. Por exemplo, orçamentos gordos destinados para as iniciativas do produto, rituais, comemorações e festas, processos, pensamentos, comportamentos, participação em eventos, palestras, tudo pensando na potencialização desse produto, ou seja, seu modus operandi está forjado para isso. Sendo bem sucinto, como se sente as pessoas que estão de fora do core business a médio e longo prazo? Como na realidade, sem prioridade.

Respondendo a pergunta inicial “Por quê vou contratar uma empresa de outsourcing sendo que o valor é maior do que contratar Dev internamente?”, do ponto de vista direto, o valor gasto no processo foi maior do que se tivesse contratado uma empresa de outsourcing de desenvolvimento de software (ou empresa de Consultoria de TI, como também são chamadas). Indiretamente, o produto poderia ter sido lançado no evento e iniciado sua divulgação e geração de receita (jornada do ROI), o buzz das pessoas que falaram mal da empresa (considerando que as empresas gastam rios de dinheiro com seu branding), clima organizacional interno, etc.

No final a empresa me procurou para iniciarmos o trabalho, essa foi minha experiência com essa importante questão.

Veja aqui como a gente ajudou essa empresa com nosso serviço Firesourcing.

Até a próxima! Boraaaa!

Conheça o redator deste conteúdo

Fernando Hideo é CEO da Firework Web.

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